Quando o coelho não é o problema
Discernindo o que está por detrás das emoções.
A idéia me parecia genial. Realizar o desejo do meu filho ter um bichinho de estimação. Afinal, ele já tinha possuído um cachorro, do qual teve que abrir mão, por causa de nossa mudança para um apartamento.
Entre nós( eu e meu filho), o coelho ganhou a preferência. Bicho limpo, fácil de cuidar, barato(conselhos de um veterinário amigo). Tudo certo ? Quase.
Era preciso vencer a resistência de minha querida esposa. Como mulher, sabe como é, preocupada com a limpeza do apartamento, o trabalho que o bicho daria(como se não bastasse o trabalho que eu e o garoto damos a ela).
Bom, partimos para o plano de convencimento. Conselho de pai em era virtual. Consulta o google, mostra para ela argumentos em favor do coelho e tudo mais. No meu estilo de negociação direto, fiz a brincadeira: dois votos contra um. Vencemos ! O coelho acabava de ser adotado como novo membro da família. Interpretei o silencio dela como o famoso: quem cala consente.
Fomos em busca do bicho. Trouxemos para casa, numa caixa. Bom, o bicho chegou, mas ao mesmo tempo, o bicho pegou ! Minha esposa ficou retraída, chateada. Não era para menos. Em poucos minutos dentro do apartamento, e o coelho já estava aprontando umas coelhadas das brabas.
Mas, o problema mesmo, não era o Coelho. Coitado do animalzinho. Ele teve que pagar o pato. Apesar de ser Coelho e não ter nada a ver com a outra família. O mais sério foi a minha insensibilidade, de não perceber que a implicação da minha esposa não era com o Coelho, mas sim com a minha falta de consideração para com os seus apelos e sua interpretação de que não estava levando a sério suas queixas.
No outro dia, quando meu filho ainda estava dormindo, levei o bicho de volta e agradeci ao amigo veterinário. É melhor ficar sem o Coelho do que sem a mulher.!
A lição que aprendi é que devemos sempre levar em consideração as emoções da outra pessoa, sejam elas válidas ou não. O que está por detrás das palavras e dos gestos ? Esta deve ser a pergunta. Se agirmos assim, construiremos relacionamentos mais saudáveis e evitaremos desencontros na caminhada.
Se já sou bom nisso ? Quem dera ! Estou engatinhando ainda. Mas espero crescer, respeitando as emoções do meu próximo e me colocando em seu lugar. Da próxima vez, vou tomar mais cuidado para não ferir as emoções daqueles que mais amo.
“ Não tenha cada um em vista o que é propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros”- Filipenses 2:4
Águas Claras, 21/05/2009
Pastor Ruimar Fonseca
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