Quem sou eu
- Katzenelson Canuto
- Brasilia- DF, Brazil
- APENAS UM COLECIONADOR !... DEFINIÇÃO: Telecartofilia designa o ato de colecionar cartões telefônicos. Com o advento da moderna tecnologia dos cartões telefônicos, que substituiu as moedas e, no Brasil, as antigas fichas telefônicas, as pessoas começaram a colecioná-los, separando-os e classificando-os por países, categorias, valores, temas ilustrativos, trocando-os e mesmo comercializando-os. Atualmente, algumas peças alcançam valores expressivos nesse mercado, o que estimula pessoas a colecioná-los como forma de investimento. Entre os fatores que determinam a valorização de determinadas peças encontram-se a tiragem reduzida, uma série específica, defeitos de fabricação, personalidades do momento, eventos esportivos, culturais, etc. A telecartofilia é uma forma de colecionismo em expansão, com um grande número de adeptos. Isso pode ser explicado devido a que os cartões telefônicos são baratos, fáceis de obter e manter, com temas variados e ilustrações atraentes. CONTATOS: katz-cs@hotmail.com ou prkatzenelson@gmail.com
TV "a vida como ela é...
Banner...Sejamos PARCEIROS - Cole o código em seu Site ou Blog , e me avise por Email..
quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
ORGANIZA O NATAL - Carlos Drummond de Andrade...
Carlos Drumond de Andrade
Alguém observou que cada vez mais o ano se compõe de 10 meses; imperfeitamente embora, o resto é Natal. É possível que, com o tempo, essa divisão se inverta: 10 meses de Natal e 2 meses de ano vulgarmente dito. E não parece absurdo imaginar que, pelo desenvolvimento da linha, e pela melhoria do homem, o ano inteiro se converta em Natal, abolindo-se a era civil, com suas obrigações enfadonhas ou malignas. Será bom.
Então nos amaremos e nos desejaremos felicidades ininterruptamente, de manhã à noite, de uma rua a outra, de continente a continente, de cortina de ferro à cortina de nylon — sem cortinas. Governo e oposição, neutros, super e subdesenvolvidos, marcianos, bichos, plantas entrarão em regime de fraternidade. Os objetos se impregnarão de espírito natalino, e veremos o desenho animado, reino da crueldade, transposto para o reino do amor: a máquina de lavar roupa abraçada ao flamboyant, núpcias da flauta e do ovo, a betoneira com o sagüi ou com o vestido de baile. E o supra-realismo, justificado espiritualmente, será uma chave para o mundo.
Completado o ciclo histórico, os bens serão repartidos por si mesmos entre nossos irmãos, isto é, com todos os viventes e elementos da terra, água, ar e alma. Não haverá mais cartas de cobrança, de descompostura nem de suicídio. O correio só transportará correspondência gentil, de preferência postais de Chagall, em que noivos e burrinhos circulam na atmosfera, pastando flores; toda pintura, inclusive o borrão, estará a serviço do entendimento afetuoso. A crítica de arte se dissolverá jovialmente, a menos que prefira tomar a forma de um sininho cristalino, a badalar sem erudição nem pretensão, celebrando o Advento.
A poesia escrita se identificará com o perfume das moitas antes do amanhecer, despojando-se do uso do som. Para que livros? perguntará um anjo e, sorrindo, mostrará a terra impressa com as tintas do sol e das galáxias, aberta à maneira de um livro.
A música permanecerá a mesma, tal qual Palestrina e Mozart a deixaram; equívocos e divertimentos musicais serão arquivados, sem humilhação para ninguém.
Com economia para os povos desaparecerão suavemente classes armadas e semi-armadas, repartições arrecadadoras, polícia e fiscais de toda espécie. Uma palavra será descoberta no dicionário: paz.
O trabalho deixará de ser imposição para constituir o sentido natural da vida, sob a jurisdição desses incansáveis trabalhadores, que são os lírios do campo. Salário de cada um: a alegria que tiver merecido. Nem juntas de conciliação nem tribunais de justiça, pois tudo estará conciliado na ordem do amor.
Todo mundo se rirá do dinheiro e das arcas que o guardavam, e que passarão a depósito de doces, para visitas. Haverá dois jardins para cada habitante, um exterior, outro interior, comunicando-se por um atalho invisível.
A morte não será procurada nem esquivada, e o homem compreenderá a existência da noite, como já compreendera a da manhã.
O mundo será administrado exclusivamente pelas crianças, e elas farão o que bem entenderem das restantes instituições caducas, a Universidade inclusive.
E será Natal para sempre.
Ah! Seria ótimo se os sonhos do poeta se transformassem em realidade.
Texto extraído do livro "Cadeira de Balanço", Livraria José Olympio Editora - Rio de Janeiro, 1972, pág. 52.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
BLOG de Fernanda Carvalhal, Nelson Pereira, Téé e Rogers Sampaio.
- 7 Maravilhas (1)
- A gaiola das loucas (1)
- AAUM (2)
- Ambiente (5)
- Amizade (1)
- Animais (4)
- Arte (1)
- Astronomia (10)
- Atletismo (1)
- Berlim (1)
- Biologia e Geologia (1)
- Caloiros (2)
- Ciência (10)
- Cultura (2)
- Curiosidades (8)
- desenhos animados (1)
- Desporto (1)
- Diversão (2)
- Documentários (6)
- Doença (1)
- Economia (3)
- Eleições (1)
- Ensino (9)
- Entretenimento (2)
- Espaço (1)
- Espiritismo (1)
- Exames (7)
- Festival Nacional dos Estudantes do Ensino Secundário (2)
- Filmes (7)
- Filosofia (2)
- Fisica Quimica (1)
- Férias (1)
- Geometria descritiva (1)
- Giz (1)
- História (7)
- Ilhas (1)
- Inovações (1)
- Inquérito (1)
- Inteligência (5)
- Jogos (2)
- Julian Beever (1)
- La Féria (1)
- Lei da atracção (1)
- Lendas (1)
- Livros (2)
- Magia (1)
- Matematica (2)
- Medicina (1)
- Mitologia (1)
- Moral (2)
- Mundo (7)
- Música (4)
- NASA (1)
- Natal (1)
- Paranormal (2)
- Poemas (1)
- Politica (14)
- Português (1)
- Praxe (2)
- Psicologia (3)
- Quimica (1)
- Religião (1)
- rádio (2)
- Santamaria (2)
- Super Interessante (14)
- Séries de Tv (4)
- Teatro (1)
- Trailer (1)
- Triplo Salto (1)
- Universidade do Minho (2)
- Universo (2)
- Viagens (1)
- video (18)
- Ética (3)
Nenhum comentário:
Postar um comentário